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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Arcos da Lapa passam por reforma





 
Quem passa pelo Centro do Rio deve estar vendo a reforma nos Arcos da Lapa. Tombado pelo patrimônio histórico, o monumento dos Arcos da Lapa está sendo novamente pintado, com tinta à base de cal, que custou R$ 1,3 milhão. Dessa vez o projeto é executado pela Gerência de Monumentos e Chafarizes da prefeitura, com acompanhamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Cerca de 20 funcionários fazem a raspagem de trechos danificados, recuperam partes de argamassas que estavam soltas, aplicam cal e pintam. Ainda não há data para a finalização das obras. Mas os Arcos já estão branquinhos outra vez.

A última reforma no monumento foi feita pela prefeitura, em 2011, com a ajuda do Iphan, da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos e da Rioluz. O maior problema dos Arcos são as manchas provocadas pela chuva. Mas não é possível aplicar impermeabilizantes no local porque a superfície do monumento é feita de argamassa de areia e cal e não pode ter qualquer cobertura. De acordo com a prefeitura, é necessário que a construção mantenha a sua umidade natural para não ser danificada. E a proposta de instalação de calhas de silicone nas bordas dos Arcos fora rejeitada, em 2011, pelo Iphan.

O aqueduto, conhecido hoje como Arcos da Lapa, foi criado no século XVIII e tem 64 metros de altura por 270 metros de comprimento. O governador Gomes Freire de Andrade (1733-1763) determinou, em 1744, a reconstrução do Aqueduto da Carioca com pedra do país, diante do elevado custo da cantaria vinda do reino. Com risco atribuído ao brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim, recebeu a atual conformação, em arcaria de pedra e cal. A Carta Régia de 2 de maio de 1747 determinou que as águas fossem cobertas por abóbada de tijolos, para evitar o seu desvio mal-intencionado.

Inaugurado em 1750, as águas brotaram aos pés do Convento de Santo Antônio, em um chafariz de mármore, através de 16 bicas de bronze. Mais tarde essa água foi estendida, através da Rua do Cano (atual Rua Sete de Setembro), até ao Largo do Paço (atual Praça 15 de Novembro), onde os navios vinham abastecer-se. A função inicial do aqueduto era levar a água do Rio Carioca até o chafariz do Largo da Carioca. No século XIX, a estrutura passou a ser utilizada como acesso a Santa Teresa, com os bondinhos.

Na segunda metade do século XIX, durante o Império e, posteriormente, diante do advento da República, novas alternativas para o abastecimento de água aos moradores da cidade do Rio de Janeiro foram sendo utilizadas. O aqueduto, a partir de 1896, passou a ser utilizado como viaduto para os novos bondes de ferro da Companhia de Carris Urbanos, principal meio de acesso do centro aos altos do bairro de Santa Teresa, até os dias de hoje. O monumento é um dos cartões-postais do Rio e se estende do morro de Santa Teresa até o pé do Convento das Carmelitas.



 

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