Quem passa pelo Centro do
Rio deve estar vendo a reforma nos Arcos da Lapa. Tombado pelo patrimônio histórico,
o monumento dos Arcos da Lapa está sendo novamente pintado, com tinta à base de
cal, que custou R$ 1,3 milhão. Dessa vez o projeto é executado pela Gerência de
Monumentos e Chafarizes da prefeitura, com acompanhamento do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Cerca de 20 funcionários
fazem a raspagem de trechos danificados, recuperam partes de argamassas que
estavam soltas, aplicam cal e pintam. Ainda não há data para a finalização das
obras. Mas os Arcos já estão branquinhos outra vez.
A última reforma no
monumento foi feita pela prefeitura, em 2011, com a ajuda do Iphan, da
Secretaria de Conservação e Serviços Públicos e da Rioluz. O maior problema dos
Arcos são as manchas provocadas pela chuva. Mas não é possível aplicar
impermeabilizantes no local porque a superfície do monumento é feita de
argamassa de areia e cal e não pode ter qualquer cobertura. De acordo com a
prefeitura, é necessário que a construção mantenha a sua umidade natural para
não ser danificada. E a proposta de instalação de calhas de silicone nas bordas
dos Arcos fora rejeitada, em 2011, pelo Iphan.
O aqueduto, conhecido hoje
como Arcos da Lapa, foi criado no século XVIII e tem 64 metros de altura por
270 metros de comprimento. O governador Gomes Freire de Andrade (1733-1763)
determinou, em 1744, a reconstrução do Aqueduto da Carioca com pedra do país,
diante do elevado custo da cantaria vinda do reino. Com risco atribuído ao
brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim, recebeu a atual conformação, em arcaria
de pedra e cal. A Carta Régia de 2 de maio de 1747 determinou que as águas
fossem cobertas por abóbada de tijolos, para evitar o seu desvio
mal-intencionado.
Inaugurado em 1750, as águas
brotaram aos pés do Convento de Santo Antônio, em um chafariz de mármore,
através de 16 bicas de bronze. Mais tarde essa água foi estendida, através da
Rua do Cano (atual Rua Sete de Setembro), até ao Largo do Paço (atual Praça 15
de Novembro), onde os navios vinham abastecer-se. A função inicial do aqueduto
era levar a água do Rio Carioca até o chafariz do Largo da Carioca. No século
XIX, a estrutura passou a ser utilizada como acesso a Santa Teresa, com os
bondinhos.
Na segunda metade do século
XIX, durante o Império e, posteriormente, diante do advento da República, novas
alternativas para o abastecimento de água aos moradores da cidade do Rio de
Janeiro foram sendo utilizadas. O aqueduto, a partir de 1896, passou a ser
utilizado como viaduto para os novos bondes de ferro da Companhia de Carris
Urbanos, principal meio de acesso do centro aos altos do bairro de Santa
Teresa, até os dias de hoje. O monumento é um dos cartões-postais do Rio e se
estende do morro de Santa Teresa até o pé do Convento das Carmelitas.
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