O centenário de George Savalla, o saudoso palhaço
Carequinha, primeiro da televisão brasileira, será celebrado na Sala Carlos
Couto, anexa ao Teatro Municipal de Niterói, na exposição “Homenagem ao
Centenário do Palhaço Carequinha”. Com abertura marcada para o dia 02 de julho,
às 19h, a mostra conta a história da carreira do querido palhaço, através de
fotografias, vinis e DVD’s e fica aberta à visitação até 28 de agosto. A
curadoria é de Teca Nicolau.
Quando pensamos em circo no Brasil, fica impossível
não lembrar da figura encantadora, doce e engraçada do palhaço Carequinha,
ídolo durante décadas da criançada obediente. Carequinha nasceu George Savalla
Gomes, no dia 18 de julho de 1915, na cidade de Rio Bonito, no estado do Rio de
Janeiro. Este fluminense, filho dos trapezistas Elisa Savalla e Lázaro Gomes,
teve a sina de nascer no circo, berço da história de vida daquele que chegou a
ser considerado o melhor palhaço do mundo.
Na abertura, a Trupe da Graça estará alegrando a
exposição com suas atividades teatrais e circenses.
Sobre Carequinha
Reza a lenda, contada pelo prórprio Carequinha nas
entrevistas ao longo de sua carreira, que sua mãe sentiu as contrações do parto
enquanto caminhava no arame, em pleno picadeiro. Levada às pressas para as
barracas que serviam de camarim, Elisa deu à luz o filho nos bastidores do
Circo Peruano, pertencente a José Rosa Savalla, avô materno de George que, com
2 anos, perdeu o pai e foi criado pelo padrasto Ozório Portilho que o
encaminhou para a profissão de palhaço.
Quando George tinha 5 anos, Portilho colocou uma
careca postiça em sua pequena cabeça e disse: “Você será o palhaço Carequinha”.
Este foi o ponto de partida de um dos maiores mitos mundiais das artes
circenses. E assim, com sua maneira peculiar de fazer rir, Carequinha aos
poucos foi conquistando o coração das pessoas com bordões já imortalizados como:
“Hoje tem marmelada? Tem, sim senhor! E o palhaço, o que é? É ladrão de
mulher!”.
Criou o tradicional “Tá certo ou não tá,
garotada?”, que era respondido sempre com um empolgante “Táááááá!”, em
uníssono. Aliás, as crianças caíram definitivamente nas graças de Carequinha
quando ele se tornou o primeiro palhaço a ter um programa de TV – o Circo
Bombril, que ficou no ar de 1951 a 1964, na extinta TV Tupi no Rio de Janeiro –
junto com os parceiros Fred, Zumbi, Meio-Quilo e outros.
Carequinha inovou o conceito do palhaço no circo
mundial. Tratado anteriormente como bobo, ingênuo e imaturo, o palhaço, na sua
interpretação, ganhou novos ares: “Fiz uma nova escola. Antes de mim, o palhaço
levava farinha na cara, era o bobo, só apanhava. Eu fiz o palhaço-herói, modifiquei
o estilo. A intenção era fazer do palhaço um ídolo, e não um mártir”.
Em 1964, recebeu na Itália a medalha de ouro de
Palhaço Moderno do Mundo. Devido ao seu sucesso, Carequinha ficou famoso entre
os presidentes brasileiros e tornou-se amigo de Juscelino Kubitschek. Na década
de 80, apresentou O Circo Alegre, na TV Manchete, programa que antecedeu O
Clube da Criança, de Xuxa Meneghel. Em 2001, atuou na Escolinha do Professor
Raimundo, da Rede Globo. Gravou 27 LPs e participou de cinco filmes.
Foi um lutador na área circense, sempre citando em
suas entrevistas a necessidade da ajuda do Governo para a preservação do circo
no Brasil. Por ironia do destino, não conseguiu que nenhum dos filhos o
seguisse na profissão. Isto o fez cumprir a promessa de trabalhar até morrer.
Carequinha faleceu aos 90 anos, no dia 5 de abril de 2006, no município de São
Gonçalo (RJ), em decorrência de problemas cardíacos. Ao conceder uma entrevista
ao jornal O Estado de S. Paulo, em 2001, Carequinha declarou: “O palhaço típico,
aquele que nasce com o dom, morre comigo”.
Seu último trabalho na televisão foi na Rede Globo,
com uma participação na minissérie “Hoje é dia de Maria”, em 2005.
Aos noventa anos, o artista morreu em sua casa em
São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Durante a madrugada, ele queixou-se
de falta de ar e dores no peito, e morreu antes de receber atendimento médico.
Foi enterrado no cemitério de São Miguel, na mesma cidade. Seu terno colorido,
com o qual sempre se apresentava em seus espetáculos, foi também posto no
caixão e assim enterrado juntamente com o corpo do artista.
Serviço:
Exposição “Homenagem ao Centenário do Palhaço
Carequinha”
Onde: Sala Carlos Couto – anexa ao Teatro Municipal
de Niterói, R. XV de Novembro, 35, Centro, Niterói - Tel: (21) 2620-1624
Abertura: 02 de julho
Horário: 19 horas
Visitação: 03 de julho a 28 de agosto de 2015
Horário: De terças a sextas-feiras, das 10h às 18h; Sábados e Domingos, das 15h às 18h.
Entrada: Gratuita
Horário: 19 horas
Visitação: 03 de julho a 28 de agosto de 2015
Horário: De terças a sextas-feiras, das 10h às 18h; Sábados e Domingos, das 15h às 18h.
Entrada: Gratuita
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