A atriz Nara Keiserman volta
a homenagear o escritor e amigo em espetáculo no Sesc Copacabana

Amiga de Caio Fernando Abreu
desde a juventude, Nara voltou aos palcos justamente para homenageá-lo, ano
passado, com a peça “No se puede vivir sin amor”, cujo texto trazia um poema e
cartas escritas por ele para ela. Mas agora, em “Como era bonito lá!”, o
monólogo de Nara mais parece um diálogo, uma vez que ela “conversa” com Caio
por meio de fotos, áudios, vídeos, textos e cartas deixados pelo escritor.
“Estou, mais uma vez,
honrando a memória do meu amigo. Ele é o ator principal do espetáculo; e essa
grande amizade e admiração foram a motivação para a minha volta aos palcos”,
emociona-se Nara, que está feliz também pela oportunidade de trabalhar em família.
Em “Como era bonito lá!”, o marido, Demetrio Nicolau, é o responsável por
direção, trilha sonora e iluminação; enquanto o filho Cristiano de Abreu cuida
da edição de vídeo e videografismo.
Já a opção por estruturar o
texto a partir do mapa astral de Caio Fernando Abreu tem outra motivação. Ele
conhecia bem a astrologia e costumava traçar o mapa astral das personagens que
criava. O interesse pela metafísica, pelo esoterismo, pelas filosofias
orientais e pela astrologia integrava a experiência pessoal do escritor, que
levava tudo isso para sua obra. Foi pensando nisso que Nara teve essa ideia e
convidou a astróloga Cláudia Lisboa, também amiga de longa data, para uma
parceria.
Palavras de Cláudia Lisboa:
“Para mim, ‘Como era bonito lá!’ tem a ver com como era bonito acender um
incenso, falar sobre os comentários da D. Emy, nossa mestra na Astrologia, mesclar Nara e Caio na minha vida, tudo
tinturado pelo brilho das estrelas e astros que sempre nos acompanharam. ‘Como
era bonito lá!’ fala de um tempo poético e trágico. De amor e descida às
profundezas da alma. De dor e alegria. Sim, como era bonito lá.”
Sobre Nara Keiserman –
concepção, dramaturgia e atuação
É atriz, diretora,
pesquisadora e professora na Escola de Teatro da UNIRIO. Atriz e cofundadora do
Núcleo Carioca de Teatro (1991 – 2001), dirigido por Luís Artur Nunes. Diretora
artística do grupo Atores Rapsodos (desde 2000). Preparadora Corporal e
Diretora de Movimento da Companhia Pop de Teatro Clássico (desde 1999), no Rio
de Janeiro.
Mestre em Teatro pela USP,
com a dissertação “A preparação corporal do ator - uma proposta didática” e
Doutora pela UNIRIO, com a tese “Caminho pedagógico para a formação do ator
narrador”. Pós-doutorado na Universidade de Lisboa, com pesquisa sobre “Aspectos
da cena narrativa portuguesa contemporânea”.
Desenvolve Pesquisa
Institucional na UNIRIO, denominada “Ator rapsodo: pesquisa de procedimentos
para uma linguagem gestual”. Professora Associada na Escola de Teatro da
UNIRIO, responsável pelas disciplinas de Movimento na Graduação e professora
efetiva na Pós-Graduação.
Tem artigos publicados em
revistas especializadas e ministra Cursos, Oficinas e Workshops sobre o Teatro
Narrativo e sobre o Corpo Infinito do Ator.
Entre seus alunos, há vários
atores famosos e premiados como Mateus Solano, Ana Beatriz Nogueira, Marcos
Palmeira e Patrícia Pillar.
Sobre Caio Fernando Abreu –
autor
Caio Fernando Abreu nasceu
Santiago do Boqueirão, RS, 1948 e morreu
em Porto Alegre, RS, 1996). Contista, romancista, dramaturgo, jornalista.
Muda-se para Porto Alegre em 1963 e no mesmo ano publica seu primeiro conto “O
Príncipe Sapo” na revista Cláudia. A partir de 1964 cursa Letras e Arte
Dramática na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mas abandona
ambos os cursos para dedicar-se ao jornalismo. Transfere-se para São Paulo em
1968, após ser selecionado, em concurso nacional, para compor a primeira
redação da revista Veja. No ano seguinte, perseguido pela ditadura militar,
refugia-se na chácara da escritora Hilda Hilst (1930 - 2004), em Campinas, São
Paulo. A partir daí passa a levar uma vida errante no Brasil e no exterior.
Fascinado pelo contracultura, viaja pela Europa de mochila nas costas, vive em
comunidade, lava pratos em Estocolmo e considera a possibilidade de viver de
artesanato em uma praça de Ipanema. Na década de 1980, escreve para algumas
revistas e torna-se editor do semanário Leia Livros. Em 1990, vai a Londres,
lançar a tradução inglesa de “Os Dragões Não Conhecem o Paraíso”. Vai para a
França, em 1994, a convite da Maison dês Écrivains Étrangerset dês Traducteurs
de Saint Nazaire, onde escreve a novela “BienLoin de Marienbad”. Em setembro do
mesmo ano escreve em sua coluna semanal, no jornal O Estado de S. Paulo, uma
série de três cartas denominadas “Cartas para Além do Muro”, onde declara ser
portador do vírus HIV. Antes de falecer dois anos depois no Hospital Mãe de
Deus em Porto Alegre, onde voltara a viver novamente com seus pais, Caio
Fernando Abreu dedicou-se a tarefas como jardinagem, cuidando de roseiras. Ele
faleceu no mesmo dia em que Mário de Andrade: 25 de fevereiro. Entre os livros
de contos publicados, tem-se “Inventário do Irremediável”, “O Ovo Apunhalado”,
“Pedras de Calcutá”, “Morangos Mofados”, “Os Dragões não conhecem o Paraíso”,
“Ovelhas Negras”, “Estranhos Estrangeiros”. Publicou ainda romances “Limite
Branco” e “Onde Andará Dulce Veiga?”, as novelas “Triângulo das Águas” e
crônicas “Pequenas Epifanias” e “Teatro Completo”.
Ficha Técnica:
Textos: Caio Fernando Abreu
Direção, Iluminação e Trilha
Musical: Demetrio Nicolau
Roteiro e Atuação: Nara
Keiserman
Serviço:
Nara Keiserman – “Como era
bonito lá!” – inéditos de Caio F.
Dias: 5,6,7,12,13 e 14 de
julho (de terça a quinta-feira)
Horário: 20h
Local: Sala Multiuso - Sesc Copacabana, R. Domingos Ferreira, 160 –
Copacabana. Tel.: 2547-0156
Preços
R$ 20 (inteira)
R$ 10 (meia-entrada)
R$ 5 (associados Sesc)
Capacidade: 80 pessoas
Classificação: 16 anos
Duração: 60 minutos
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