Livro
expõe facetas de Mussum
Mussum, nome artístico de Antônio Carlos Bernardes Gomes (Rio de
Janeiro, 7 de abrilde 1941— São Paulo, 29 de julhode 1994), foi um
músico,humorista,ator e comediantebrasileiro. Como músico foi membro
do grupo de samba Os Originais do Samba e como humorista, do grupo Os
Trapalhões.
Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, tinha
grande aspiração: tornar-se sambista. Junto com outros cinco, formou a banda Os
Originais do Samba, que fez sucesso nos anos 1960. Criado em colégio interno e
na Aeronáutica, o cantor e músico não pensava em se tornar humorista. Os
convites, no entanto, se tornaram cada vez mais insistentes, e ele acabou
fazendo graça na TV. Estas histórias estão em "Mussum Forévis - Samba, Mé
e Trapalhões", de Juliano Barreto.
O jornalista lança o livro no momento em que a
morte de Mussum completa 20 anos. O humorista carioca marcou gerações com seu
vocabulário de palavras terminadas com "is" e seu personagem
trapalhão.
Mussum
morreu em 29 de julho de 1994, aos 53 anos, não resistindo a um transplantede
coração, e foi sepultado em São Paulo. Deixou um legado de 27 filmes com Os
Trapalhões, além de mais de vinte anos de participações televisivas.
A ideia para o livro, que precisou de três anos de
pesquisa, surgiu em uma mesa de bar, quando um vendedor de vinil entrou
carregando um LP de Mussum. O vendedor virou foco das atenções.
Mussum
fundou o grupo Os Sete Modernos, posteriormente chamado Os Originais do Samba.
O grupo teve vários sucessos, as coreografias e roupas coloridas os fizeram
muito populares na TV, nos anos 1970, e se apresentaram em diversos países.
Antes, nos
anos 1960, é convidado a participar de um show de televisão, como humorista. De
início recusa o convite, justificando-se com a afirmação de que pintar a cara,
como é costume dos atores, não era coisa de homem. Finalmente estreia no
programa humorístico Bairro Feliz (TV Globo, 1965). Consta que foi nos
bastidores deste show que Grande Otelolhe deu o apelido de Mussum, que
origina-se de um peixeteleósteosul-americano (escorregadio e liso, já que
conseguia facilmente sair de situações estranhas).
Em 1969 o
diretor de Os Trapalhões,Wilton Franco, o vê numa apresentação de boate com seu
conjunto musical e o convida para integrar o grupo humorístico, na época na TV
Excelsior. Mais uma vez, recusa; entretanto, o amigo Manfried Santanna (Dedé
Santana) consegue convencê-lo, e Mussum passa a integrar a trupe em 1973 (que
na época ainda era um trio, pois Zacarias entrou no grupo depois, em 1974) que
terminaria tornando-o muito famoso em todo o país. Mussum era o único dos
quatro Trapalhões oficiais que era afro-brasileiro(Jorge Lafonde Tião Macalé,
apesar de também afro-descendentes e atuarem em vários quadros com o grupo,
durante vários anos, eram coadjuvantes).
Apenas
quando Os Trapalhões já estavam na TV Globo, e o sucesso o impedia de cumprir
seus compromissos, é que Mussum deixou os Originais do Samba. Mas não se
afastou da indústria musical, tendo gravado discos com Os Trapalhões e até três
álbuns solo dedicados ao samba.
Uma de suas
paixões era a escola de samba Estação Primeira de Mangueira, todos os anos sua
figura pontificava durante os desfiles da escola, no meio da Ala de baianas, da
qual era diretor de harmonia. Dessa paixão veio o apelido "Mumu da
Mangueira". Também era rubro-negrofanático.
"O Mussum tinha muita espontaneidade. Mesmo
fora do ar, ele fazia os outros comediantes dos Trapalhões rirem da cara
dele", conta Barreto. O programa estreou na TV Globo em 1977, mas, antes
já havia feito sucesso na Record e na Excelsior.
"Essa cultura dos memes na internet tem
características comuns ao humor do Mussum: as frases curtas, o humor fácil,
ajuda a pegar", diz o autor.
Os 53 anos da vida do comediante guardam boas
surpresas, principalmente no âmbito musical. "Uma das descobertas foi a
presença d'Os Originais nas músicas do Jorge Ben Jor", conta o autor do
livro. "Outra foi saber que ele era amigo de Garrincha e Zeca
Pagodinho."
“Foram mais de 100 entrevistas com
várias pessoas diferentes e são inúmeras histórias que você descobre. O Mussum
tinha relação com muitas pessoas como Martinho da Vila, Elza Soares, Zeca
Pagodinho (que ele ajudou no começo da carreira). Até do Garrincha ele foi
amigo”, conta Barreto.
Um livro que, diz o jornalista, é feito
para todas as pessoas, desde quem foi fã de “Os Trapalhões” até para quem só
conheceu o humorista por programas antigos ou pela internet.
A biografia, que tem 24 capítulos distribuídos por
432 páginas, ainda conta com fotos de arquivo, e registros de documentos da
vida pessoal de Mussum, como seu boletim escolar.
Editora LeYa, 432 págs.
R$ 49,40.