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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Rio de Janeiro em trilhas


Rio, bonito por natureza

Trilhas para iniciantes de tirar o fôlego (mas só por causa da vista)


Não é novidade que o Rio tem vistas de tirar o fôlego. Mas, entre montanhas e praias, de um lado, e prédios, de outro, as trilhas cariocas são o caminho certo para quem pretende aproveitar a vocação da cidade e dar um tempo do agito no asfalto.

Primeiro passo (literalmente) para a prática de atividade física em meio à natureza, as caminhadas podem ser feitas mesmo por quem não tem muito preparo físico. Aproveitando os dias amenos de inverno com céu azul, o Rio Show buscou trilhas fáceis e acessíveis.

Para a filósofa, a trilha da Pedra Bonita é uma das lindas e fáceis. Quem se animar de verdade e tiver fôlego pode pular de fase e partir logo para a mais difícil do roteiro a seguir. Mais difícil e também uma das mais movimentadas, com mais de 300 visitantes em dias, digamos, bons. A trilha, inclusive, já parou em páginas policiais por conta de alguns assaltos. Mas hoje homens da Polícia Florestal e da Guarda Municipal se revezam no patrulhamento da área. Nada que assuste o estudante paulista Diogo Fagundes, que está sempre lá.

Na web, registros feitos pelo trio antecipam algumas novidades sobre o tema e mostram diversos trechos da Transcarioca. Com lançamento oficial previsto para as Olimpíadas, os 170km da trilha que cortarão o Rio, da Marambaia ao Pão de Açúcar, estão sendo demarcados. O assunto é sério: a Secretaria de Estado do Ambiente estuda incluir a nova trilha no ensino ambiental nas escolas.

Cachoeiras

Não à toa, cariocas se orgulham de, em plena metrópole, poder escolher entre um banho de mar ou de cachoeira. Uma dúvida cruel. Se a escolha for por água doce, o destino pode ser a maior floresta urbana do mundo, a Floresta da Tijuca. Do lado da Zona Sul da mata, uma das opções mais cotadas é a Cachoeira dos Primatas. A trilha começa no final da Rua Sara Vilela, no alto Jardim Botânico (o acesso a esta rua é feito pela Rua Inglês de Souza, a penúltima transversal da Lopes Quintas). No fim da Sara Vilela, os paralelepípedos dão lugar à estrada de terra, onde há uma área para estacionamento e um mapa indicando o início da trilha. Bastam cerca de 15 minutos de caminhada para chegar lá.

Outra pedida é subir a Rua Pacheco Leão para chegar às cachoeiras do Horto, como a Box e a Gruta. A trilha fica junto ao Instituto de Matemática Pura e Aplicada (ali, a rua já se chama Estrada Dona Castorina, na altura do número 110). A primeira dá para ser vista do asfalto. Entrando na mata, são só cinco minutos para chegar à segunda e mais frequentada cachoeira da área. Pequenas escadas de raízes e lances de pedra mata adento, em 15 minutos o caminhante avista pequenas quedas d’água até chegar a outras três maiores. As mais distantes são mais vazias.

Mas, se a ideia for ir mais longe em busca de sombra e água fresca, rume até o Parque da Tijuca, no Alto da Boavista, onde as trilhas para as cachoeiras são bem sinalizadas. O acesso é próximo ao restaurante A Floresta e ao Centro de Visitantes do Parque Nacional da Tijuca. Não tem erro.

Cachoeira dos Primatas: Mata fechada com demarcações (reprodução de pegadas) daquela que será a maior trilha do Rio, a Transcarioca. O percurso de 510 metros pode ser feito em 30 minutos.
Cachoeiras do Horto: Acesso indicado por placas. O caminho não é muito demarcado e pode ser escorregadio. A primeira cachoeira fica junto ao asfalto, e a última, a 30 minutos de caminhada.
Cachoeira das Almas: Trilha quase plana, bem demarcada, com percurso de 150 metros em 20 minutos.

Morro da Urca 
 
Algumas trilhas oferecem mais do que uma vista: trazem junto um cartão-postal. E, neste quesito, o caminho que leva ao Morro da Urca está bem na foto. Muito procurada por turistas , ela começa no final da Pista Cláudio Coutinho, na Praia Vermelha, na Urca, aberta das 6h às 18h. Apesar dos lances íngremes no começo do caminho, há trechos de inclinação bem suave. Para facilitar o acesso, há degraus colocados pela equipe de conservação do lugar. Galhos e raízes no caminho também servem de apoio e ajudam na subida. A trilha é segura, e os lances finais não são tão íngremes. No primeiro platô, a dica é pegar o caminho para a esquerda. Não sem antes parar para um clique.

— Os mirantes ao longo da subida são ótimos para fotografar — conta a carioca Monique Vidal, de 54 anos, que abriu mão da rotina diária como fotógrafa de jornal para montar a Trilharte Fotografia & Aventura, empresa que promove orientação e cursos de fotografia durante as caminhadas. — Estava fazendo uma matéria sobre tilhas e acabei me apaixonando — conta Monique, que prepara um livro com trilhas que desembocam em cachoeiras.

Ao chegar lá em cima, é só passar por um portão para entrar na Morro da Urca propriamente dito, aonde a maioria dos mortais chega através do bondinho. O bondinho, aliás, pode ser usado na descida se bater preguiça de voltar a pé: a partir das 19h, o serviço é gratuito. Antes disso, só pagando o bilhete. Ou botando o pé na estrada.

Subida: O início do caminho é íngreme e pode estar escorregadio.

Percurso: Dependendo da disposição, o visitante pode levar de 20 a 50 minutos.

Colher De Chá: O ponto de chegada é o Morro da Urca, com restaurantes e banheiro. E, depois das 19h, dá para descer de bondinho.

Dois Irmãos

 
 

Depois da instalação da Unidade de Polícia Pacificadora no Vidigal, cariocas e estrangeiros redescobriram esta que talvez seja a trilha com a melhor relação entre esforço físico e vista da cidade, praticamente um camarote para a orla. Demarcada e conservada, ela começa junto à Vila Olímpica do Vidigal. A dica é ir de táxi até a entrada da comunidade e subir de mototáxi até o ponto de partida. Só o morro mais alto dispõe de trilha para iniciantes, o outro exige escalada.

A subida é classificada como média pela turma que entende do riscado. Os menos preparados podem recuperar o fôlego em um dos diversos mirantes. Como muitas pessoas podem se sentir inseguras para se lançar na trilha, a primeira vez pode ser acompanhada por profissionais do ramo, como a equipe da agência Trilha Dois Irmãos, que realiza passeios aos domingos para grupos de, no mínimo, quatro pessoas.

Percurso: Tem 1.500m de extensão, em geral percorridos em pouco mais de uma hora.

Visual: Do alto dos seus 533 metros, dá para ver a Zona Sul, o Cristo, a Floresta, a Rocinha, Niterói e a imensidão do Atlântico.

Corcovado


 

Aos pés do Cristo Redentor, o Parque Lage é a porta de entrada para uma das principais trilhas da cidade: justamente a que leva ao Corcovado. Mantido pelo Parque Nacional da Tijuca, o caminho que leva ao monumento está de braços abertos a cariocas e turistas de diferentes partes do mundo. Segundo a administração, cerca de 300 a 400 pessoas percorrem a trilha diariamente. Gente como os irmãos Elizabeth, de 21 anos, e Charlie Matthews, de 24, que vieram do Alasca, nos EUA, dispostos a encarar os 2,2km de subida íngreme até alcançar o Cristo.

— Deixamos esse programa por último porque sabíamos que seria o mais emocionante — diz Elizabeth.

A trilha termina junto à estação do Trem do Corcovado. Para subir até a estátua, só desembolsando R$ 20. Pagando R$ 32, dá para fechar um pacote e descer de van.

Percurso: São 2.240 metros, completados, em média, em duas horas e 30 minutos.
Desafio: A parte mais difícil é um trecho íngreme, com 700 metros de extensão, junto ao trilho do Trem do Corcovado.
Ladeira Abaixo: Quem ficar com preguiça pode pegar uma van e descer pelo Cosme Velho.


Praias Selvagens



As chamadas praias selvagens de Barra de Guaratiba já não são tão selvagens assim, mas, como não têm infraestrutura, até podem ostentar esse título. Para chegar lá, é só ir até Barra de Guaratiba e pegar a trilha que começa no fim da praia. O início é íngreme, mas depois é tranquilo e a caminhada dura uns 40 minutos. As primeiras praias são Búzios e Perigoso, aos pés da Pedra da Tartaruga, point de rapel. Uns 500 metros à frente está a Praia do Meio, frequentada por surfistas. Para seguir até as praias Fundas e do Inferno, é preciso mais disposição e, de preferência, acompanhamento de guias.

Percurso: São 3km, feitos entre 40 e 90 minutos

Raio-X Bifurcações levam a pontos de pesca, mas o caminho principal leva, facilmente, à Tartaruga

Grutas do Parque da Tijuca


 

Uma das atrações exploradas pelos visitantes do Parque da Tijuca são as grutas. O acesso a elas, que são próximas umas das outras, se enquadra bem na categoria fácil: é pouco acidentado, com leves elevações. Algumas trilhas são mais longas, principalmente se o visitante fizer o circuito completo das grutas, mas todas, no setor A do Parque Nacional, são bem sinalizadas e indicadas para amadores — exceto a do Bico do Papagaio (que é só para experientes). As outras montanhas (Cocanha, Pico da Tijuca e Tijuca Mirim) dispõem de trilhas fáceis.

A partir do Bom Retiro, uma área de recreação, chega-se ao Pico da Tijuca, o ponto mais alto, de onde se tem uma visão 360° do Rio.

Raio X: O parque dispõe de trilhas curtas e longas

Prévia: A estimativa é que o visitante faça uma trilha de dois quilômetros em duas horas

Facilidades: Sinalização e a estrutura do Parque da Tijuca, que tem até restaurante

Parque da Catacumba

 
 

O paulista Bruno Versiani, de 28 anos, conhece o Parque da Catacumba, na Lagoa, muito melhor do que a maioria dos cariocas. Morando na cidade há pouco mais de um ano, ele bate ponto nas trilhas que levam aos mirantes do Morro do Urubu e da Sacopã, de onde dá para ver um belo pôr do sol.

— Eu era daqueles que faziam esse programa todo fim de semana, mas, por falta de tempo, tive que diminuir a frequência para uma vez ao mês. A recompensa maior é o sentimento de conquista — diz.

O programa começa bem, com um passeio pela área de proteção ambiental que foi reflorestada nos anos 70 com espécies nativas da Mata Atlântica. A trilha é uma das mais fáceis, bem cuidadas e sinalizada da cidade, com trechos de escadas e dois mirantes, sendo um deles com deque para curtir a paisagem.

Percurso: Para chegar nos mirantes, são pouco mais de 300 metros morro acima, em geral percorridos em 20, 30 minutos.

Dica: A trilha, circular e sinalizada, é de fácil acesso. Para quem for de carro, há estacionamento no Parque do Cantagalo, na Lagoa.

Pedra Bonita



A caminhada leva até o platô da Pedra Bonita, de onde se vê a Pedra da Gávea, o Dois Irmãos e a Floresta da Tijuca. Relativamente fácil e pouco íngreme, esta trilha é uma das mais belas do Rio e pode ser percorrida por pessoas de diferentes idades.

O caminho das pedras? Dá para ir de carro, pela Estrada das Canoas, em São Conrado, até o estacionamento, gratuito, junto à rampa de voo livre. Dali, o trajeto tem poucos trechos de aclive acentuado e passa por áreas de reflorestamento. Muitos trechos, no entanto, têm clareiras, por isso é bom não descuidar do protetor solar.

O platô é uma testemunha do folclore carioca: fica em frente à formação rochosa que deu fama à Pedra da Gávea, conhecida como Cabeça do Imperador. Um charme à parte é ficar de olho na rampa de voo livre, 176 metros abaixo do cume, e ver os homens voadores se lançarem ao céu.

Percurso: São 1.257 metros, percorridos em 20 a 30 minutos

Dica: Pouco íngreme, é fácil para diferentes idades e tem sinalização

Pedra Branca



Um dos acessos mais fáceis é o da Estrada do Camorim, em Jacarepaguá. Para chegar até lá, basta ir pela Estrada dos Bandeirantes, entrar na via e seguir até o Largo da Capela de São Gonçalo do Amarante. Chegando à capela, mantenha a esquerda e siga em frente até a entrada da subsede do Parque. Chega-se então a uma área verde, com muitas trilhas — o Maciço da Pedra Branca é o maior do Rio, que conta também com o da Tijuca e o do Mendanha.

Uma parada obrigatória é a das quedas da Cachoeira do Camorim.

Dica: A trilha do Açude do Camorim começa ao lado do Centro de Visitantes e segue por 2km, feitos em média em 70 minutos

Parada Obrigratória: Após 20 minutos caminhando, tem cachoeira

Siga os dez mandamentos dos trilheiros e levem:

·  Água;

·  Lanche;

·  Repelente;

·  Protetor solar;

·  Lanternas;

· Tênis confortável;

·  Band-aid;

·  Documento;

·   Sacolas plásticas.

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